Em coletiva de imprensa realizada na manhã de hoje (01), na sede da Secretaria de Segurança, a Polícia Civil e Militar apresentaram informações sobre o caso da estudante de direito Camila Abreu, morta pelo namorado, o policial militar Alisson Watson, acusado de feminicídio.

Os dois estavam em um bar na zona leste de Teresina com uma amiga de Camila e foram deixá-la em casa. Segundo o acusado, no caminho para a sua residência, eles pararam para um momento íntimo, teriam discutido e a estudante pegou a arma de Watson e apontou para ele. Ao dar um golpe em Camila, que estava com o dedo no gatilho, o revólver teria disparado acidentalmente em seu rosto.

No entanto, a polícia não acredita nessa versão dos fatos, uma vez que o corpo de Camila foi encontrado no povoado Mucuim, região próxima à Altos, como detalhou o delegado Emerson Almeida. ´´A Polícia Civil acredita que houve um homicídio, não um acidente, pelas circunstâncias do local e pelas circunstâncias posteriores. Após a vítima ter sido baleada, ele foi deixá-la no matagal, ou seja, houve ocultação de cadáver. Depois, tentou lavar o veículo na beira do rio para tentar encobrir todos os indícios que levavam ao crime. Não conseguindo, ele se dirigiu a um lava jato, onde o carro foi todo desmontado. Ele criou uma história para justificar a presença de tanto sangue em seu veículo, de que ele teria atropelado duas pessoas e teria prestado socorro´´, contou.

O delegado Francisco Costa ´´Bareta´´ coordenou o caso. ´´Ficamos supervisionando dia a dia e em menos de 24 horas, nós chegamos àquele desfecho. Não queríamos que a Camila estivesse morta, uma moça na flor da idade que tinha uma brilhante vida pela frente, mas foi assassinada de forma covarde por uma pessoa que tem o dever de cumprir a lei e de proteger a sociedade´´, relatou.

O papel da Polícia Civil foi fundamental, como afirmou o Delegado-Geral, Riedel Batista. ´´As informações chegaram à nossa Instituição no sábado pela manhã, através de registro em um distrito policial. Os policiais do 8° e 6° distritos rapidamente diligenciaram, mantiveram contato com a Delegacia Geral e com o Secretário e nós decidimos transferir o caso para a Delegacia de Homicídios já no final de semana. O delegado Bareta assumiu esse caso e essa velocidade e troca de informações foi fundamental para o sucesso da investigação´´.

´´Gostaria primeiro de lamentar essa infelicidade. Embora tenhamos feito todo esse trabalho, o ideal seria que não estivéssemos aqui apurando um caso que envolve um policial militar e uma jovem, mas aconteceu. Nas primeiras informações que me foram passadas, encaminhamos logo para a Delegacia de Homicídios, uma vez que poderia ter acontecido algo mais grave. E nas apurações, delegado Bareta sempre mantendo contato conosco, não houve mais dúvidas que ele havia assassinado essa jovem. Principalmente quando chegou a informação de que ele havia lavado o carro com muito sangue. Ali foi a grande prova. Vamos buscar todas as informações possíveis para esse inquérito, para que a Justiça tenha todas as condições de fazer um julgamento rigoroso. Eu acredito muito que ele vai ser punido exemplarmente pelo crime bárbaro que cometeu´´.